domingo, 23 de junho de 2013

ele falou daquele lugar a noite toda

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Esta semana, sobre o Campo em branco:

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André Miranda, no Globo




Se a “atenção a um detalhe específico sacrifica, por definição, nossa percepção do todo”, como diz o protagonista de Campo em branco, é importante manter o foco inicial no “todo” para, só depois, tratar dos “detalhes”. Assim, a explicação mais apropriada para essa graphic novel, escrita por Emilio Fraia e ilustrada por DW Ribatski, é que ela aborda o reencontro de dois irmãos, ambos na tentativa de recompor histórias do passado. São personagens que preenchem os vazios da memória, dando razão ao título do livro.

Ainda em nome da percepção do “todo”, deve-se destacar que Campo em branco está sendo lançado esta semana pela Companhia das Letras e que ele marca a primeira incursão do paulistano Fraia com os quadrinhos, um universo que o curitibano DW já conhece bem. É fundamental lembrar, também, que a trama se aproxima da de um diário de viagens, em que surpresas são comuns a cada página virada.

— É muito diferente escrever para quadrinhos, o pensamento é diferente, e o resultado são desenhos. Tem uma coisa material em histórias em quadrinhos, uma sensação distinta em virar a página e encontrar uma nova imagem — diz Fraia, autor, ao lado de Vanessa Barbara, do romance O verão do Chibo (Alfaguara, 2008).

— Nós conversamos muito para chegar ao livro. Fazíamos tudo juntos, mas tínhamos a regra de que a palavra final sobre o texto era dele, e a palavra final sobre o desenho era minha — explica DW, autor de Como na quinta série (Balão Editorial) e La naturalesa (Cachalote/Barba Negra).

Dito isso, agora, sim, dá para tratar dos detalhes.

Detalhe 1: a dupla começou a trabalhar em Campo em branco em 2008, o que indica um longo tempo de produção — porém não ininterrupta, claro, porque é preciso pagar as contas. Os cinco anos que se passaram até o lançamento serviram para melhor desenvolver o que a dupla queria da graphic novel, levando a uma trama recheada de elipses, com uma disposição de quadros pouco convencional.

— Trabalhamos muito a ideia de lacuna, de ausência. O livro conta a história de alguém confuso que tenta se encontrar, sem uma moral a ser defendida. Há uma coisa nessa relação entre os irmãos que não está clara, tentamos trabalhar esse sentimento de falta — avalia Fraia.

Detalhe 2: os desenhos de DW variam entre o branco, o preto e tons de ciano, uma característica comum a outros trabalhos do ilustrador. Os diálogos foram todos feitos à mão, sem o uso de uma fonte específica e com alternâncias curiosas. Numa mesma frase, as letras podem estar em minúsculas ou em maiúsculas, remetendo às ondulações de frequência da própria fala.

— Para mim, essas páginas com ciano parecem alguns panfletos e publicações dos anos 1960 e 1970, quando elas não tinham muitas cores por falta de recursos — diz DW.

Detalhe 3: Campo em branco tem 176 páginas, mas DW desenhou cerca de 350 durante esses anos de trabalho. Com o tempo, muitas ideias ficaram pelo caminho, outras foram retomadas e retrabalhadas. De certa forma, foi uma constante busca pela memória que tem a ver com o próprio livro: numa das linhas narrativas da graphic novel, os irmãos fazem uma viagem ao passado simplesmente para recordarem. Do quê? Do campo em branco, das páginas a se preencher, do que os personagens viveram e o que os autores vão contar. Ou dos detalhes, fundamentais para a percepção do todo.

— Ninguém consegue viver exatamente a mesma coisa duas vezes. Mesmo que você tenha os mesmos elementos à sua disposição, o resultado é diferente. Algo sempre vai mudar em cada repetição — diz Fraia.
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Télio Navega, no Globo

O escritor Emilio Fraia diz que a HQ Campo em branco (Quadrinhos na Cia., R$ 55), produzida em parceria com o ilustrador DW Ribatski, é sobre o branco. Porém, a cor que mais chama a atenção do leitor ao longo das quase 200 páginas da graphic novel é o azul. Um azul que entope de melancolia os quadrinhos da aventura de dois irmãos que decidem refazer, a bordo de um carro velho — com tração nas rodas dianteiras e apelidado de Urso —, uma viagem de muitos anos antes, feita com um tio. 

Para o mais novo, Lucio, que narra a história, é uma chance de se reaproximar do irmão mais velho, o guia da excursão: “Era a cara do Mirko planejar as coisas pelos outros. Ele falou daquele lugar a noite toda. Não perguntou nenhuma vez como eu ia, o que andava fazendo, essas coisas.”

Campo em branco é uma espécie de road movie existencial que, após lido, deixa a sensação de que algo passou despercebido, de que não notamos alguma das muitas elipses narrativas da HQ. E aí lemos de novo. São tantas as camadas da história de Lucio e Mirko que é preciso se preparar bem e tomar fôlego para o mergulho no azul, assim como faz o protagonista em algumas de suas muitas braçadas. Não é à toa que ele sai com o braço machucado.

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Jotabê Medeiros, no Estadão




A grande história em quadrinhos da temporada "ééééé do Brasil", como diria um ufanista narrador de futebol. E seu ponto de partida é uma espécie de intuição cromática, uma exacerbação das emoções causadas pela cor branca.

O paulistano Emilio Fraia (texto) e o curitibano DW Ribatski (desenhos), ambos nascidos em 1982, são os construtores da graphic novel Campo em branco (Companhia das Letras., 176 págs., R$ 55), que tem lançamento hoje, às 19h30, no Espaço Cult (R. Inácio Pereira da Rocha, 400). Suscitando comparações com Rubber Blanket, clássico experimental de David Mazzuchelli, é a união dos quadrinhos de vanguarda com a nova literatura brasileira - Emilio Fraia é escritor, autor do romance O verão do Chibo, em parceria com Vanessa Barbara (finalista do prêmio São Paulo de Literatura). Em 2012, foi um dos 20 autores selecionados para a edição Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros da revista britânica Granta.

Tipo de "road comic", quadrinhos de estrada, Campo em branco impressiona pela construção de uma narrativa em que não há quase nada, nenhuma situação ou cenário, muito mirabolante. Lucio e seu irmão mais velho, Mirko, são criados separados. O mais velho ganha o mundo, vive em liberdade, experimenta suas visões e aventuras. O mais novo o reencontra após anos em uma cidade estranha, em outro país, outra cultura, outra língua. Quase não reconhece mais o irmão, que, por sua vez, quer levá-lo em busca de alguma experiência de infância.

Para o leitor, há agradáveis possibilidades associativas na leitura: os irmãos de Campo em branco lembram em certa medida os irmãos de O selvagem da motocicleta (Rumble fish); sua saga é um pouco a viagem de Conta comigo (Stand by me). Há certa ambientação que parece anunciar a qualquer momento o filme Na natureza selvagem.

"Sim, tem muito a ver (com Rumble fish). Pensei também em um filme do Roman Polanski, dos anos 80, Busca Frenética (Frantic), em que um casal volta a um lugar onde passaram há muitos anos a lua de mel, e assim que entram de novo na cidade, a mulher pergunta: 'Você sabe onde está?'. E o marido: 'Não. Acho que mudou demais'", diz Fraia.

"Foi interessante, para mim que nunca tinha feito um trabalho do tipo, ver como os efeitos podem ser criados numa graphic novel. Num romance, para além do enredo, a forma está nas palavras, na maneira como o escritor estrutura a narrativa. Numa graphic novel, essa forma está predominantemente no traço, na disposição e tamanho das imagens, no avançar pelas páginas", conta Fraia.

O visual de DW Ribatski é vertiginoso, embora não utilize a escalada da ação como leitmotiv. Alguns dos seus quadrinhos parecem conter estudos para algo em processo: relógio de Mickey, isqueiros, robôs dos anos 1980, insetos em uma cartolina. Parece a forma de o cartunista lidar com o tempo, elemento fundamental da narrativa. "Acho que tem essa questão do tempo sim, mas tem também uma coisa de querer criar símbolos visuais diversos. O Mickey sempre me lembrará, por exemplo, Walter Benjamin e sua questão de como estes símbolos permeiam o inconsciente coletivo, principalmente depois do século 20", afirma o desenhista.

Os diálogos são construídos graficamente com algum capricho metalinguístico, como nos melhores comics. Por exemplo, quando o gibi narra que "Cabo Bianco fica próximo a um grupo de montanhas chamado Trielak ou algo assim", o nome Trielak, mal compreendido pelo personagem, surge embaçado e ilegível. "Uma coisa que tínhamos como proposta era criar algo que não fosse 'literatura ilustrada' e nem um storyboard. Usar as possibilidades dos quadrinhos no nível máximo. Neste caso, o texto deixa de ser algo que acompanha o desenho e se torna ele mesmo desenho."

Campo em branco mistura física e road movie, filosofia e trekking. Em dado momento, a página toda é ocupada por um imenso grande quadro negro com equações. "Essa foi uma ideia do Emilio. Fiz vários desenhos até chegar a algo que tivesse essa proporção. Além disso, eu tinha visto uma foto de um artista, que esqueci o nome, que fez num quadro negro imenso desenhos de diversos tipos de OVNIs. Tem também essa coisa de símbolos matemáticos que são bem interessantes", explica DW.

Apesar das referências, Campo em branco não é jamais pedante ou cifrado. "Os quadrinhos têm essa característica de terem surgido como uma forma de arte mais despretensiosa, vista erroneamente como rasa por alguns. Então tem essa coisa própria da linguagem, num sentido clássico, de trabalhar com símbolos. O uso proposital de clichês também enfatiza isso. Uma coisa meio Duchamp de ser. Mostrar azul e querer dizer branco", afirma Ribatski.

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Douglas Gavras, na Folha de S.Paulo

Em uma cidade imaginária, dois irmãos se reveem após muitos anos. Lucio, um jovem e tímido estudante de física, é convencido pelo mais velho, Mirko, a subir uma montanha e refazer uma mítica viagem de infância da qual ele não se lembra.

Espécie de "road movie" em construção, em que direção e sentido são preenchidos no percurso pelo narrador, a graphic novel Campo em branco é fruto da imaginação do escritor Emilio Fraia e do artista DW Ribatski.

O livro une o traço espontâneo de Ribatski à narrativa não linear de Fraia. O protagonista tenta reconstruir o passado por meio da memória do irmão, mas as lembranças parecem escapar por entre seus dedos.

Fraia, eleito em 2012 pela revista britânica Granta como um dos melhores jovens escritores brasileiros, já havia lançado o romance O verão do Chibo, em parceria com a colunista da Folha Vanessa Barbara.

Com Ribatski, o autor dá sequência a uma série de parcerias entre escritores e quadrinistas pela Quadrinhos na Cia., que já gerou álbuns de fôlego como Cachalote, de Daniel Galera e Rafael Coutinho, e Guadalupe, de Angélica Freitas e Odyr Bernardi.

"Desdobrar uma trama como HQ é diferente de criar um romance. O sentido não está só no enredo, mas na organização gráfica que cria significado próprio", diz Fraia.

Para compor a paisagem do livro, povoada de insetos e cenas em azul, branco e preto, Ribatski fez uso de referências pessoais e de fotos que Fraia lhe mostrou após uma viagem à Patagônia.

"Cada imagem causa uma sensação. Isso permite que a narrativa não seja apenas uma", diz o quadrinista, que é também músico, professor de artes visuais e autor de Como na quinta série, HQ em que mostra a aproximação inusitada entre um policial e um jovem transgressor.

A bordo do carro "Urso", uma lata velha barulhenta, os irmãos de Campo em branco seguem rumo a um destino que desafia a lógica: não se sabe em que parte do mundo estão, a vila ao pé da montanha é assombrada por um vento incessante, faz frio e calor ao mesmo tempo.

Na dúvida, resta a Lucio preencher as lacunas de sua relação com o irmão, valendo-se de interpretação própria do princípio da incerteza, formulado pelo alemão Werner Heisenberg (1901-1976), segundo o qual é impossível determinar ao mesmo tempo a velocidade e a posição de uma partícula.

"A ideia de algo formado pelos mesmos elementos e que não necessariamente atinge o mesmo resultado pode ser aplicável, simbolicamente, às relações. Ao repetir a viagem, pensamos na impossibilidade de reencenar uma experiência antiga. Tudo sempre é diferente", reflete Fraia.
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sexta-feira, 21 de junho de 2013

os homens ocos

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"Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada 

Fôrma sem forma, sombra sem cor,
Força paralisada, gesto sem vigor;

Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam — se o fazem — não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados"

Os homens ocos, T.S.Eliot, 1925, tradução do Ivan Junqueira
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

esta quinta

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Lançamento do Campo em branco, no Espaço Cult. A partir das 19h30.
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domingo, 16 de junho de 2013

united colors of branco

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Texto novo para o blog da Companhia das Letras:

Na próxima quinta, dia 20, o DW Ribatski e eu lançamos nossa graphic novel, Campo em branco. Além de ser uma história sobre dois irmãos que se reencontram e decidem refazer uma viagem de infância (com toques de montanhismo, corridas de cachorro, física quântica e um carro chamado Urso), é também uma história sobre o branco. No quesito cor, um verde-limão poderia ser mais empolgante, é bem verdade. Todavia, durante o processo acabamos meio que obcecados por esta que é a cor da falta, daquilo que não se diz ou não se entende, da ambiguidade e da incompletude, da bolinha de pingue-pongue e do silêncio.

Escrever (ler) um livro é diferente de fazer (ver) um filme que é diferente de encenar (assistir a) uma peça. A máquina da graphic novel também tem seus parafusos próprios. Nela, para além do enredo, o que se quer dizer está no traço, nos enquadramentos, no tamanho e na disposição dos quadros (que puxa o leitor de um desenho a outro), no processo de virar páginas, na interação das cores. E nos espaços em branco — há uma sintaxe muito particular, e é ela que vai determinar o ritmo, o foco narrativo, o tom e produzir significados e dialogar com a trama.

Nos últimos anos passei a colecionar cenas e histórias em que a cor branca cumpre alguma função ou simplesmente aparece de um jeito bonito. Em determinado momento, fui cair (perdão) n’A pista de gelo, do Roberto Bolaño. É uma espécie de falso livro policial, que se passa num verão, em Z, pequeno balneário fictício na costa catalã. O romance é narrado por três personagens, alternadamente, como se prestassem depoimento à polícia: o que está em jogo é um assassinato, ocorrido numa pista de gelo. 

Plasticamente, nada parece melhor para um assassinato do que uma pista de gelo — o designer japonês Kenya Hara em seu interessantíssimo livro White escreveu que “o círculo vermelho da bandeira japonesa fica brilhante como o sol não pelo vermelho do círculo, mas por ter o fundo branco”. Sangue, gelo. É o tipo de coisa que Hitchcock aprovaria.

Quando encontra o cadáver, o narrador de Bolaño fica arruinado, suando frio. O que se segue é uma cena de cromatismo intenso, que mistura branco e os pantones 485 M e 304 U: “O sangue, de diversos pontos do corpo caído, havia escorrido em todas as direções, formando desenhos e figuras geométricas que à primeira vista tomei por sombras. Em alguns setores, o fio de sangue quase chegava à beira da pista. Ajoelhado, talvez por sentir náuseas e vontade de vomitar, contemplei como o gelo endurecido começava a absorver a totalidade da carnificina”.

O que acontece é que Enric Rosquelles, um dos narradores, braço direito da prefeita da cidadezinha, se apaixona por uma patinadora, a bela Nuria Martí. Pouco depois de se conhecerem, Nuria sofre um duro golpe: perde sua bolsa da Federação Espanhola de Patinação. A história maltrata demais o coração de Rosquelles. Sem o dinheiro, ela tem que viver permanentemente em Z, longe das viagens e dos treinos (no máximo ir, de trem, uma vez por semana, à pista de patinação de Barcelona).

Rosquelles arma então um plano melagomaníaco: com verba da prefeitura, aciona operários e constrói uma pista de gelo clandestina nos fundos de um palácio público abandonado. Bolaño observa a existência de um gerador que trabalha a toda potência e, num dos cantos da pista, um feixe de fios elétricos coloridos que some debaixo da “camada branco-azulada” em que a magnética Nuria passa a treinar e fazer suas piruetas.

O sangue mancha o branco. Mas é o branco da pista, em pleno verão da costa catalã, a verdadeira mancha aqui. Há suor, mosquitos, calor, mato crescendo. O branco é um branco artificial, uma pequena ilha em meio a uma escuridão de personagens à deriva e sonhos mortos.

“O secreto argumento desse romance é o medo e a vilificação do branco”, escreveu Borges, sobre o único romance de Edgar Allan Poe, A narrativa de A. Gordon Pym, em seu ensaio “A arte narrativa e a magia”.

Poe é ainda mais sombrio que Bolaño. No livro, o narrador, um jovem bem-nascido, chega ao limite da fome e da privação a bordo de um baleeiro, numa viagem ao extremo sul do continente. É encontrado, na parte final do romance, “no imenso e desolador oceano Antártico, numa latitude de mais de 84o, numa canoa frágil e sem provisão além de três tartarugas”.

Poe vai nos mostrar que o terror é a cor branca. O segredo, que se intui, em meio ao longo inverno polar, é que o branco se relaciona a uma força selvagem, arcana e recôndita que no fundo nunca poderá ser explicada. “Mas eis que em nosso caminho ergueu-se uma figura humana velada, bem maior em suas dimensões que qualquer habitante da terra. E a cor da pele da figura era da perfeita brancura da neve”, escreve.

O romance é de 1838. E faz pensar na história do explorador inglês Ernest Shackleton. Em agosto de 1914, Shackleton e sua tripulação partiram do hemisfério norte com a intenção de serem os primeiros a atravessar a Antártida: em 18 de janeiro de 1915, a apenas 160 quilômetros de seu objetivo, o seu navio, o Endurance, ficou preso nas placas de gelo no mar de Weddell.

A agonia durou nove meses. Junto à tripulação (homens recrutados a partir de um anúncio publicado num jornal britânico — “procura-se homens para uma viagem perigosa. Soldo baixo. Frio extremo. Longos meses de completa escuridão. Perigo constante. Não se garante retorno com vida. Honra e reconhecimento em caso de êxito”), estava um fotógrafo, Frank Hurley. As imagens feitas por Hurley são brutais; tudo branco, muito branco.

Existem diversos outros livros brancos. Alguns deles, são brancos sem nem mesmo fazer referência ao branco — A consciência de Zeno, por exemplo. Porque às vezes, quando pensamos em cenas e histórias, elas têm uma cor. Guerra e paz é vermelho. O grande Gatsby é azul. Ulysses é verde-catarro. Espero que minha próxima fase cromática seja mais colorida. Talvez ir em busca do grande romance fúcsia de nosso tempo.
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quinta-feira, 13 de junho de 2013

caindo, caindo

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Ryan McGinley, Falling (light leak), 2013 & Blue falling, 2007
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