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"Não conseguia tirar da cabeça a maciez da língua, sua maciez e umidade, e o fato de que não vive na luz; também como ela é indefesa diante da faca, uma vez ultrapassada a barreira dos dentes. A língua é como o coração, sob esse aspecto, não é? Só que não morremos quando uma faca perfura a língua. Nesse sentido, podemos dizer que a língua pertence ao mundo do jogo, enquanto o coração pertence ao mundo da seriedade.
No entanto, não é o coração, mas os membros de jogo que nos elevam acima das feras: os dedos com que tocamos o clavicórdio ou a flauta, a língua com a qual brincamos, mentimos, seduzimos. Na falta de membros de jogo, o que resta a feras quando estão entediadas senão dormir?"
Foe, J.M. Coetzee, 1986
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"Não conseguia tirar da cabeça a maciez da língua, sua maciez e umidade, e o fato de que não vive na luz; também como ela é indefesa diante da faca, uma vez ultrapassada a barreira dos dentes. A língua é como o coração, sob esse aspecto, não é? Só que não morremos quando uma faca perfura a língua. Nesse sentido, podemos dizer que a língua pertence ao mundo do jogo, enquanto o coração pertence ao mundo da seriedade.
No entanto, não é o coração, mas os membros de jogo que nos elevam acima das feras: os dedos com que tocamos o clavicórdio ou a flauta, a língua com a qual brincamos, mentimos, seduzimos. Na falta de membros de jogo, o que resta a feras quando estão entediadas senão dormir?"
Foe, J.M. Coetzee, 1986
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